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Prática antes da teoria

Arte e identidade: Oficina "Noções de somos" 

Iniciativas antirracistas que atuam na base de construção da personalidade da população negra eram prioridade para o Coletivo Mamilos Prateados, que atuou com comunicação, ativismo e educação. Em 2018, entre 1 e 22 de novembro, o MP teve a oportunidade de ministrar uma oficina no Colégio Estadual Odorico Tavares, em Salvador. 

Nomeada como “Oficina de Identidades, noções de quem somos”, a ação teve a participação de alunos do primeiro a terceiro ano do ensino médio da escola, para promover reflexões acerca do processo de construção de identidade através das suas percepções individuais de espaço, tempo e pertencimento. Debates de identificação foram estimulados pelas ministradoras e personalidades convidadas, que guiaram questões raciais para os alunos e, além disso, tiraram dúvidas sobre falácias racistas que estão enraizadas em nossa população. 

A oficina contou com a presença de Robson Souza, homem preto, estudante de ciências da computação e quilombola, além  de Davi Oliveira, indígena urbano e designer. 

Após os diálogos e entendimentos sobre autoimagem, os alunos produziram fanzines (publicação não profissional e não oficial, produzido por entusiastas de uma cultura particular, para o prazer de outros que compartilham seu interesse) sobre o aprendizado adquirido durante a oficina, que foram expostos, posteriormente, no evento Conexões, idealizado pela Produtora Arco e pela iniciativa empreendedora, Empoderamente. O evento, recheado de música, bate-papo, exposições e feirinhas, deu a oportunidade para as integrantes do MP, Brenda Cruz e Verena Pita dialogarem com os presentes sobre a temática do curso disposto no Odorico Tavares. Esse foi, sem dúvidas, um dos pontapés iniciais para construção de um estudo mais aprofundado sobre o tema. 

Após cerca de três anos em processos de produção que perpassaram por gênero, raça e identidade, o Coletivo entra em inatividade em dezembro de 2019. Assim como o Odorico Tavares, que após 25 anos de funcionamento na área imobiliária mais cara da cidade, fechou suas portas no mesmo ano.

Em matéria do Correio*, sob anonimato, uma professora que lecionou na instituição avaliou a decisão do governo como equivocada. “Querem confinar meninos e meninas negras em seus bairros. O espaço daquele colégio é privilegiado porque está no centro cultural da cidade, perto de cinema, museu, teatro, universidades. Os professores promovem integração com esses espaços vizinhos ao colégio, por mais que os espaços sejam negados pela comunidade endinheirada que vive ali”, disse.

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